E não irei fazer correções.
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Houve em uma festa
Muitos jovens
A vestimenta
Imitação
Baratiada
Por uma garrafa
Destilada
Vazia
Correndo na corrente sanguinea
A embriagues
Recorrente
Percorrente, passageira
Ilusão remanescente
De uma geração
Um elo,
Não encontrado
Sobre isso
Que em nossas vidas
Já vividas
E não existentes
Somos etéreos
Não somos nada
Em meio as luzes
Uma hora antes
da madrugada
Do amanhecer
Sangrento, sagrado
Sacramentado
Em nosso viver
E de resto nossas vidas
Que rodam alucinadas
Rodopiando no desconhecido
13/08/2011
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Diálogo I
Diálogo I (sei lá)
A:Olá
B:Oi
A:Como vai?
B:Mal, ando tendo uns pesadelos e você?
A:Bem, muito bem.
B:Como é se sentir bem?
A:Não sei, que pergunta (acho que nunca pensei isso). E como é estar mal?
B:Acho que é só pensar um pouco e você começa a sentir mal.
A:Hun... e o trabalho como vai ?
B:Que trabalho?
A:Não sei, você trabalha, né?
B:Não, eu tenho sonhos.
A:Todos temos sonhos, não sei porque mas temos.
B:Sonhar é preciso, mas o bom é sonhar acordado.
A:Não sei se já vive um sonho.
B:Você faz o que então?
A:Ah, eu trabalho, eu assisto televisão, eu saio as vezes (faz tempo que não faço isso).E como é sonhar acordado?
B:É como em um sonho.
A:...
B:É como um sonho, mas o seu sonho.
A:(?)
B:Até logo.
A:Até.
30/08/2011
Lembrete:(Imaginação criativa- Carl Jung)
A:Olá
B:Oi
A:Como vai?
B:Mal, ando tendo uns pesadelos e você?
A:Bem, muito bem.
B:Como é se sentir bem?
A:Não sei, que pergunta (acho que nunca pensei isso). E como é estar mal?
B:Acho que é só pensar um pouco e você começa a sentir mal.
A:Hun... e o trabalho como vai ?
B:Que trabalho?
A:Não sei, você trabalha, né?
B:Não, eu tenho sonhos.
A:Todos temos sonhos, não sei porque mas temos.
B:Sonhar é preciso, mas o bom é sonhar acordado.
A:Não sei se já vive um sonho.
B:Você faz o que então?
A:Ah, eu trabalho, eu assisto televisão, eu saio as vezes (faz tempo que não faço isso).E como é sonhar acordado?
B:É como em um sonho.
A:...
B:É como um sonho, mas o seu sonho.
A:(?)
B:Até logo.
A:Até.
30/08/2011
Lembrete:(Imaginação criativa- Carl Jung)
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Sociedade moderna Brasileira
Sabe venho enfrentando uma crise de identidade social há alguns anos, realmente estou pensando porque temos que ser algo? Fazer algo? Conseguir um bom emprego? Fazer compras? Constituir uma família? Ter uma casa e um cachorro? E ser aceito pela sociedade?
Profissão é algo muito difícil de escolher mesmo aos 22 anos e essa ideia de escolher algo para o resto da vida, não é realmente assustadora?
Onde está à faculdade que nos ensina a viver, a sentir, a escrever, a conversar, a enxergar o outro como igual, a não ter pré-conceitos, estereótipos, na verdade eu penso que as faculdades te desensinam a fazer isso, parando para pensar essa classe média nova em ascensão que faz qualquer faculdade barata (porque eles podem fazer, eles podem pagar) e vão sair da faculdade mais sem conhecimento do que entraram, mas prontos para o mercado de trabalho.
Esse mundo aberto é que nós permite essa crise, antigamente no mundo fechado, você simplesmente não tinha escolha, iria seguir um comercio de sua família, ou ter a carreira que seus pais tinham. O que também não deve ser muito agradável. Na verdade o que devemos fazer é sentir realmente com o coração e partir sem medo, seja lá para o que for. Porque as coisas feitas com o coração e de boa fé não podem estar erradas.
Porque temos que ter amor sobre uma coisa, enquanto o mundo te dá possibilidades infinitas?
Hoje em dia a sua realização pessoal tem que estar ligada diretamente ao trabalho, você trabalha oito horas por dia (quando se trabalha oito), dorme oito horas, toma banho, se alimenta, faz suas necessidades com mais três horas, perde no trânsito mais duas horas e o resto de ainda temos coragem de ligar uma televisão e assistir novela. E continuar assim como bois, caminhando ao matadouro. Uma cena clássica disso é o metro em horário de pico, pessoas zumbis andando, ainda com sono para sua determinada função, doentes, saudáveis, não importa a sua situação, você apenas deve bater o seu cartão.
Profissão é algo muito difícil de escolher mesmo aos 22 anos e essa ideia de escolher algo para o resto da vida, não é realmente assustadora?
Onde está à faculdade que nos ensina a viver, a sentir, a escrever, a conversar, a enxergar o outro como igual, a não ter pré-conceitos, estereótipos, na verdade eu penso que as faculdades te desensinam a fazer isso, parando para pensar essa classe média nova em ascensão que faz qualquer faculdade barata (porque eles podem fazer, eles podem pagar) e vão sair da faculdade mais sem conhecimento do que entraram, mas prontos para o mercado de trabalho.
Esse mundo aberto é que nós permite essa crise, antigamente no mundo fechado, você simplesmente não tinha escolha, iria seguir um comercio de sua família, ou ter a carreira que seus pais tinham. O que também não deve ser muito agradável. Na verdade o que devemos fazer é sentir realmente com o coração e partir sem medo, seja lá para o que for. Porque as coisas feitas com o coração e de boa fé não podem estar erradas.
Porque temos que ter amor sobre uma coisa, enquanto o mundo te dá possibilidades infinitas?
Hoje em dia a sua realização pessoal tem que estar ligada diretamente ao trabalho, você trabalha oito horas por dia (quando se trabalha oito), dorme oito horas, toma banho, se alimenta, faz suas necessidades com mais três horas, perde no trânsito mais duas horas e o resto de ainda temos coragem de ligar uma televisão e assistir novela. E continuar assim como bois, caminhando ao matadouro. Uma cena clássica disso é o metro em horário de pico, pessoas zumbis andando, ainda com sono para sua determinada função, doentes, saudáveis, não importa a sua situação, você apenas deve bater o seu cartão.
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Nós
Nós
Alguns aprendem a ser sozinho,
Outros aprendem a ter alguém.
Mas quando as luzes se apagam.
Todos queremos ser um só,
E somente buscar,
A própria felicidade.
Seja ela um lugar,
Ou com uma pessoa.
Dia 18/08/2011
Alguns aprendem a ser sozinho,
Outros aprendem a ter alguém.
Mas quando as luzes se apagam.
Todos queremos ser um só,
E somente buscar,
A própria felicidade.
Seja ela um lugar,
Ou com uma pessoa.
Dia 18/08/2011
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Viagem São Caetano do Sul-Paraty.
Viagem São Caetano do Sul-Paraty.
Reviver o passado é a melhor maneira de evitar erros futuros.
Dedico essas palavras a todos os homens românticos, mas devo avisar acabou.
Agradeço também a Pedro e Gabriel pela maravilhosa estadia da qual tivemos, agradeço a todos que tornaram essa viagem possível e a Deus que criou essas maravilhas.
Rafael Churai Feijes
“Um verdadeiro homem deve conhecer seu país”
Charles Bukowski
Dia 26 de junho de 2011
Acordo, de uma noite mal dormida e já com saudades do meu amor, que dormiu uma noite de sonhos ao meu lado. Vou para casa de meu amigo Pedro, terminar os preparativos para a viagem.
Deixe-me falar um pouco dela estação Utinga, com destino a Paraty Rio de Janeiro, bicicletas, barracas, roupas, macarrão instantâneo e muita coragem.
E o rufar dos trilhos partiram, quanto mais distante estávamos, mais se me sentia bem, pelo menos por um instante poderia sentir o mundo sendo meu quintal e as necessidades se tornariam básicas novamente, comer, beber água, segurança e calor. O trem já estava vazio nesse momento, apenas as três bicicletas em um canto e Pedro e Gabriel dormindo, enquanto eu ansioso escrevia e minha cabeça não queria parar de funcionar.
Muitas pessoas, muitas aventuras eu sei que iria encontrar no litoral Norte de São Paulo.
Desembarcando na estação de Estudantes, perguntando a primeira informação da viagem, já vi no rosto das pessoas a satisfação do que elas faziam quando eram jovens. O simples fato de viajar e sentir o sangue correndo pelas veias. Nosso primeiro destino seria a serra Biriti Sul, com destino já ao litoral Norte de São Paulo e que serra maravilhosa! Chuva, garoa e neblina nos acompanharam no caminho e ela é alta, muito alta, ficamos imaginando como ela foi construída e como era no tempo da “descoberta” do Brasil. Uma chuva muito forte nos deu um susto às 13 horas, o céu se fechou de uma maneira que já parecia de noite e me deu até sono, comemos nossa comida improvisada, água quente e miojos de diversos sabores, esperamos a chuva e partimos novamente.
Depois de muitas pedaladas e risadas chegamos a Riveira e assim continuamos na frente de um supermercado comendo nossa comida improvisada.
Chuva, garoa, frio, pé molhado, onde iriamos dormir? Cansados já de tanto pedalar!
Voltamos a Riveira para nos abrigar da chuva e tentar conseguir um abrigo. Conseguimos um, um péssimo, na frente de uma imobiliária, naquela cidade ridícula! Cidade rica, com pessoas tão pobres e trabalhadores tão robôs, sem coração. Dei boa noite ao meu amor, Pedro e Gabriel já dormiam, deitei, quero dizer sentei junto a eles, puxei minha manta (um pedaço de tecido que minha namorada esqueceu no meu carro e uso ela para me cobrir), nos aquecemos todos, quando me vi em um sono pesado uns dez minutos após sentar, fomos acordados por um segurança noturno da cidade, que nos expulsou de lá e falou que a chuva já tinha passado. Bom, a chuva passou então vamos voltar àquele posto de gasolina e tentar nos abrigar, a caminho a chuva volta cada vez mais forte, lá não somos bem-vindos novamente também e praticamente somos expulsos com conversas e olhares desagradáveis, a nossa única esperança seria mesmo a cidade de Riveira fomos para lá pingando cada vez mais de nós e do céu, tentamos abrigos na portaria, da qual era impossível e não podíamos nem nos sentar, estava quase dormindo de pé literalmente. Depois de umas duas horas um dos seguranças nos comunicaram que podíamos ficar em um ponto de ônibus e que lá também era coberto, assim começou a pior noite da minha vida e comecei a pagar meus pecados. O ponto tinha um banco terrivelmente gelado, o vento me cortava o rosto de tão gélido e a chuva batia forte em minha face mesmo tentando me proteger, tomei muita Coca-Cola coisa da qual não tenho habito e fumei muito, muito mesmo, tentávamos nos juntar no banco para nos aquecer e chegamos até ter alucinações da situação, Pedro jura que viu seguranças nas árvores, eu simplesmente vi o pedestre da placa caminhar sobre a faixa, Gabriel falava que não estava tão ruim assim e contava historias de outras viagens, como essa era minha primeira não estava acostumado a nada disso, felizmente acabei adormecendo, com a calça encharcada, fui o último a acordar, porém acordei muitas vezes tentando me esconder da chuva que batia em meu rosto. Assim a cidade foi aos poucos acordando e nos olhava com certa repulsa que apenas as pessoas mais ridículas sabem ter.
Dia 27 de junho de 2011
Arrumamos as nossas coisas e partimos meio dormindo ainda, (Observação ainda chovia) pedalamos até uma cidade qualquer onde tomei um belo café da manhã com direito a iogurte, pão duro, queijo branco e bolachas, tínhamos que esperar a chuva passar me enfiei debaixo de uma caminhote e dormir profundamente, aquecido por papelões e minha manta. Quando a chuva passou umas 11 horas, pedalamos mais e mais, passando pela cidade de Boracéia, Juréia, Barra do Una, Juquey, parando para descansar na praia mais linda que eu já vi ela se chamava apenas Preta, liguei para meu amor e descrevi a praia a ela e falei como queria que ela estivesse lá comigo, abraçado ao meu braço, bom a praia minúscula tinha ondas fortes e altas, coqueiros, ilhas ao redor e uma areia preta, fumamos um cigarro e partimos novamente com destino a Boiçucanga, passamos pela cidade Barra do Sahy e finalmente chegamos a Boiçucanga uma das poucas praias do litoral norte que conheço, muito bonita e com uma pista de skate maravilhosa, pedi diversas informações, consegui um mapa o qual foi muito útil para minha viagem e pretendo guarda-lo o resto de minha vida, Gabriel conseguiu nosso almoço por volta das 16 horas, arroz e feijão, compramos diversas coisas para misturar com ele. Comi como se nunca tivesse comido na vida, me lavei em um banheiro, Pedro estava cansado e ficou dormindo com Gabriel sai para tentar um abrigo já na garoa o termômetro me mostrava 10 graus célsius, enquanto eles me esperavam num lugar do qual julgavam não apropriado para dormir, pedi em pousadas, procurei casas e tudo que achei foi uma pizzaria e como era segunda-feira ela estava fechado, ótimo era lá mesmo! Compramos água, arrumamos uns papelões e tentamos ficar quentes, 8 graus nos mostrava o termômetro da cidade, mas mesmo assim, consegui ter um sono bom, na medida do possível, Gabriel que reclamou muito, mas nem notei o fato de tão exausto.
Dia 28 de junho de 2011
Acordamos com a cidade já achando estranha nossa presença, tomamos um belo desjejum, abacate com açúcar e limão e bananas. Partimos por um trecho que pensamos que seria fácil 9km apenas, mas foi nesse trecho que paguei meus pecados pela segunda vez e talvez até os que ainda nem cometi. O trecho era de serra, com subidas tão altas que não se via o fim nunca e as pernas doíam muito, descansávamos a cada 1km e sentávamos com as mochilas cada vez mais pesadas em nossas costas, passamos pela praia Brava local onde se prática mergulho e do qual tive grande curiosidade de conhecer mas era uma hora de trilha para a praia. Depois de muito, mais muito sufoco mesmo chegamos a Maresias, uma cidade linda, com uma bela praia da qual tivemos longas conversas, sobre os mais diversos assuntos, antes de ir para o centro almoçar, pedalamos mais até centro, o centro mais calmo que já vi, com uma pista de skate na qual fiz amizade com skatistas e ainda aproveitei para andar um pouco, fomos atrás de nosso almoço e conseguimos um ótimo, arroz, feijão e ovos. Comemos, descansamos muito, arrumei o freio da bicicleta de Pedro na medida do possível e como já estávamos cansados de ficar na mesma cidade partimos e demos a sorte grande.
Paúba
Não muito distante chegamos a Paúba, uma cidade que parece interior, mas ao invés de terra no chão, tinha areia, procuramos por mercados e seguimos a praia onde nos falaram que existia um camping, mas este acabou sendo muito caro nós R$25,00 por pessoa, ficamos observando surfistas pegando ondas gigantes, resolvemos voltar a praça da igreja onde tinha um pessoal fazendo fogueira, conversamos e fomos convidados a armar nossas barracas em uma parte coberta da igreja, compramos batatas, ovos, pães, bolachas e comemos maravilhosamente bem, após conversamos muito, criamos este hábito pois quando se tem muita comida na barriga é hora de relaxar, fomos a praia novamente ver as estrelas e o céu, o qual tinha muitas, um céu sem poluição, provavelmente igual o de São Paulo mas ali não há luzes e fumaças para esconder o que há de mais lindo e já foi de muita inspiração, o universo. Liguei para o amor da minha vida e desejei que ela estivesse comigo, mesmo com um pouco de ciúmes, sinto ela ao meu lado sempre, ela estava reclamando do frio e relembrando de como eu a esquento quando dormimos juntos. Penso muito em voltar logo, mas ela pede para eu continuar até o meu destino, que isso irá me fazer bem, fico tranquilo de ouvir isso e ver que estamos nos dando bem mesmo longe, mas não gosto de pensar que estou me afastando dela mesmo que seja somente por passos em uma viagem (Intuição?). Pedro e Gabriel já dormem profundamente nesse momento e eu estou a pensar e a escrever. Mas agora é hora de dar boa noite e dormir com os anjos, em minha barraca quentinha uma bela noite de sono, pois ainda tenho muito que pedalar.
Dia 29 de junho
Acordamos um pouco tarde, mas merecíamos descansar um pouco mais, arrumamos nossa malas, compramos bolachas e partimos com destino a Santiago, paramos rapidamente nessa praia, queríamos parar em todas as praias até o nosso próximo destino, o centro de São Sebastião onde felizmente moram o tia e a tia de Gabriel e ele não via há muitos tempo esses parentes e eles se propuseram a nos abrigas, pensamos que iriamos chegar pela hora do almoço mas as coisas não ocorreram como planejadas. A praia de Santiago é linda, andamos na areia grossa e gelada, sentamos nas pedras, conversamos e partimos. Logo chegamos em Toque Toque Pequeno, uma cidade muito agradável, tentamos nadar na praia que estava deserta, mas água estava muito gelada e apenas fiquei observando Pedro e Gabriel, conversamos e partimos para Calhetas, no alto da estrada avistamos uma ilha, só não imaginávamos que era Calhetas, ficamos um bom tempo imaginando como seria estar lá e fazia um lindo dia de sol, mesmo no inverno a temperatura estava suficientemente quente para deixar o rosto vermelho, continuamos e vimos que aquela era a praia de Calhetas, ela ficava em um condomínio e o acesso é permitido somente por pedestres, engraçado que ela fica no meio da estrada e apenas aventureiros como nós iriamos chegar a ela, escondemos nossas bicicletas e mochilas e fomos descendo já por um caminho maravilhoso, fechado e gelado pelas árvores e cachoeiras, mas podia acreditar que estava naquele paraíso, passamos por mansões e chegamos ao lugar mais lindo e inabitado que já fui.
Calhetas (Peço a Deus que quando eu morrer morra em um lugar assim e quando acordar esteja nele ainda)
Um pedaço do paraíso na Terra, a ilha tem a grama cortada na parte alta, onde um pequeno trecho de areia nos dá acesso, as ondas agora quebravam dos dois lados por esse caminho, queríamos subir direto ao topo e observar a paisagem, subimos por uma escada de terra logo estávamos ao topo, nenhuma cidade podia ser avistados, apenas pássaros, barcos ao fundo distante, serras e uma imensidão azul brilhante, desejei retornar a esse lugar mais que tudo, após um longo período de meditação descemos e aproveitamos para dar um mergulho no mar, nosso primeiro mergulho da viagem, logo tiramos as roupas fiquei apenas seminu, mas quando a água chegou a minha cintura retornei pois estava muito gelada, aproveitei meu tempo no sol que me aquecia, enquanto Pedro e Gabriel estavam se divertindo na água, tirei diversas fotos deles brincando. Na praia havia muitos filhotes de caranguejos que camuflados corriam enquanto nós andávamos, eram da cor da areia e lindos (adoro caranguejos). E o que tenho de falar do lugar que não é bom? Nada.
Só fiquei pensativo que talvez se mais pessoas fossem lá a praia não estaria tão perfeita, porém infelizmente muitos não têm consciência de preserva-las, durante todo o percurso não jogamos um único papel ao chão.
Poema do mar
De tanta falta que sinto,
Faço um coração,
Na areia branca,
Da praia mais linda,
Assim como você.
De tanto amor que sinto,
Faço ele grande,
Na areia branca,
Da praia mais linda,
Assim como meu amor
De tanta vontade que sinto,
Faço duas iniciais,
No coração mais lindo,
Na areia branca, da praia mais linda
Assim sendo o R.
Sei que ele irá se desfazer,
Assim que a maré encher
Mas a maré cheia
Logo irá espalhar o meu amor
E todos os oceanos
Irá conhecer do nosso amor
Agora meu amor
Está espalhado pelo oceano
Só queria que você estivesse
Aqui na praia junto comigo
Para sentir ele.
Continuamos o nosso caminho e passou um jipe ouvindo The Beatles bem alto com a música Oblah di Oblah da, como eu gosto do Beatles e de ouvi-los bem alto, lembro quando fazia isso com os vinis que eu e Pedro comprávamos em uma rua perto da galeria do rock e a casa até tremia após isso.
Continuamos a nossa pedalada, as vezes na subida, outras na descida, ou retas, passamos por Toque Toque Grande, sem parar pois estávamos atrasados para chegar a casa da tia de Gabriel em São Sebastião, estávamos com medo de ter de pedalar a noite, passamos pela praia Brava, Guaecá, Barequeçaba, Pitangueiras, Praia Grande, Praia Preta, apenas parando para descansar e beber água em poucos momentos. Nas serras na parte de descida eu ia na frente com uma velocidade incrível, não sei ao certo em qual praia mas tinha uma descida e uma reta após que foi melhor do que uma montanha russa de um parque de diversões, chegamos já escurecendo na casa dos parente de Gabriel e com muita fome, com os músculos doendo, a cidade a primeira vista parecia ser feia, apenas uma cidade grande, mas ainda iria descobri-la.
Casa simples, gente humilde, um casal de idosos com problemas de saúde gerados pela idade já avançada os dois com mais de setenta anos de idade, fomos maravilhosamente bem recebidos, um almoço nos aguardava, salada, arroz, feijão, ovos, farinha, batata frita, refrigerantes e laranja. Ouvi diversas histórias de seu Marinho tio do Gabriel, enquanto aguardava minha vez de tomar um banho quente e rejuvenescedor tanto esperado, logo após ele eu entrei e como precisava de um banho, foi quase um orgasmo sentir a água quente batendo em meu corpo e me curar de todas as dores, na rua fazia frio mas a casa era quente e confortável, tomei um banho não muito longo, mas o bastante para me lavar decentemente, como é bom tomar banho e lavar os cabelos. Coloquei uma roupa limpinha, esperei Pedro e fizemos uma ótima refeição, a comida veio com um sono forte, saímos após para comprar algumas coisas e tomei um maravilhoso leite com chocolate do qual precisava muito, estava com sono e falei um monte de besteiras, retornamos a casa e tive uma bela noite de sono, acordamos ainda cansados demoramos para sair ao nosso próximo destino dessa vez caminhando, Ilha Bela.
Dia 30 de junho de 2011
Após um belo desjejum partimos, Gabriel estava um pouco irritado, cansado, andamos até a balsa e o tempo não estava a nosso favor, a cidade que era feia foi mostrando sua beleza quanto mais nos aproximávamos do centro histórico, era uma regressão no tempo a cidade foi colonizada no século XVI e grande parte de sua construção estava intacta. Entramos em uma igreja toda feita de madeira, cal e pedra, pintada de amarelo e branco, da qual havia missa todos os dias e desde o começo da viagem estava procurando assistir um, logo encontramos a balsa o cenário era lindo o porto ao fundo, canhões antigos pela orla, subimos na balsa e chegamos a Ilha Bela, uma ilha de 40km, onde se tem as mais diversas atividades, como o tempo estava nublado andamos apenas alguns quilômetros até um ponto de mergulho, sentamos e admiramos a paisagem, conversamos e decidimos voltar, descansar e a andar a Ilha inteira, torcendo por um dia de sol seguinte, compramos diversas frutas muito baratas em um supermercado, retornamos a casa almoçamos, após fui assistir a missa, coisa do qual Gabriel e Pedro não quiseram , foi uma bela missa curta, com um padre carismático, igreja quase vazia, refleti muito nela e conclui novamente pensamentos já concluídos, após encontrei com eles, caminhamos pela orla, admiramos a paisagem, demos muitas risadas a toa.
Voltamos ao nosso conforto, nesse dia a noite não estava tão frio e o dia seguinte prometia calor 27 graus, estou sentado agora a mesa escrevendo minhas ultimas linhas esperando a Raquel me ligar, Pedro e Gabriel já estão dormindo. (Espero que ela me ligue logo pois não durmo bem quando não escuto o seu boa noite e o seu eu te amo, ainda amis longe e preocupado idiota que sou.)
Dia 01 julho de 2011
Acordamos dessa vez bem disposto e com poucas dores no corpo, logo de manhã o dia já era quente e se podia ver o sol a cada brecha da casa, tomamos nosso desjejum e partimos a Ilha Bela, atravessamos a balsa, toquei meu cabo de aço do freio que tinha estourado e começamos uma longa discussão para onde iriamos, o Gabriel não se decidia nunca e Pedro apenas dava risada de nossa discussão, depois de muita briga parti para o norte estava cansado de Pedro que era movido a cigarro e parava a casa minuto para fumar, estava cansado de Gabriel e suas piadas chatas, saí em disparada, pois como minha bicicleta era mais rápida logo não conseguia avista-los, fui passando velozmente por diversas praias, rumo a praia de Jabaquara 22km de onde estava, passei pela praia do Perequê, Itaguaçu, Itaquanduba, Engenho d’agua, Ponta do Pequéa, Saco da Capela, Santa Tereza, Barreiros, Viana, Siriúba, chegando a praia do (Sino) Garapocaia, já estava com fome era por volta do meio-dia e sendo considerada a quinta praia mais bonita da ilha, fiquei por lá, era uma praia sem ondas com grandes pedras em volta, uma água azul e limpa, onde se poderia nadar com os peixes, logo tirei a camiseta e fui correndo para o mar fiquei mais de uma hora ali, voltei comi umas bolachas e avistei Pedro e Gabriel, li sobre a lenda da praia que consiste em, um dia nem amanhecia e navios piratas iam invadir a cidade, ancoraram os barcos e começaram a descer, a cidade ainda adormecida, mas quando eles atravessam uma pedra ela fez barulho de sino, assim toda a cidade acordou e se preparou para a batalha, surgiu então um guerreiro em um cavalo chamado São Sebastião e expulsou os inimigos.
Os dois estavam com fome e fomos sentar nas pedras e comer pães e azeitonas, liguei para Raquel e a mesma estava chata e grossa, fiquei um pouco chateado e em silêncio durante um tempo, logo nadei por aquelas pedras e partimos passando pela Ponta Azeda, praia do Pinto Armação, Praia da Canas, Pacuíba, como Pacuíba é uma praia bem isolada e uma antes de Jabaquara, fomos um pouco lá já sabendo que iriamos ter de pedalar a noite, partimos logo para Jabaquara o caminho foi cansativo mas quando avistei a praia vi que tinha valido todo o esforço, ela era linda cercada pela Mata Atlântica, deserta e sobre ela voavam gaviões, descemos correndo, comemos algumas frutas e observei sem pressa a paisagem, logo partimos fui na frente, pois queria chegar a uma iluminada logo, mas dei a sorte grande, um grupo de trabalhadores de construção estavam subindo em um caminhão velho e azul, logo perguntei se cabia mais um, eles disseram claro. A primeira carona da vida não se esquece como disse Pedro, atravessei todas aquelas praias rapidamente em cima do caminhão enquanto fumava um cigarro e me abaixava para galhos não baterem no meu rosto, dei muita risada com os trabalhadores, que apesar de estarem aqui há anos ainda tem um sotaque forte do Ceará, atravessei todo aquele caminho de um dia em no máximo meia hora, agradeci muito a eles e estava com muita fome, fui direto ao mercado comprar uma cerveja bem gelada e uma barra de chocolate deliciei os dois sem pressa, uma hora e meia depois Pedro e Gabriel chegaram.
Logo fomos tomar banho, contei e ri muito da carona, jantamos, adormecemos e quando amanheceu sabe Deus lá porque resolvi voltar, faltando apenas um dia para chegar em Paraty, mas em viagens como essas é assim mesmo, cada um tem seu momento de partir e isso tem que ser respeitado. Não me arrependi de ter voltado, mesmo tudo dando tão errado aqui, pois tentei.
Reviver o passado é a melhor maneira de evitar erros futuros.
Dedico essas palavras a todos os homens românticos, mas devo avisar acabou.
Agradeço também a Pedro e Gabriel pela maravilhosa estadia da qual tivemos, agradeço a todos que tornaram essa viagem possível e a Deus que criou essas maravilhas.
Rafael Churai Feijes
“Um verdadeiro homem deve conhecer seu país”
Charles Bukowski
Dia 26 de junho de 2011
Acordo, de uma noite mal dormida e já com saudades do meu amor, que dormiu uma noite de sonhos ao meu lado. Vou para casa de meu amigo Pedro, terminar os preparativos para a viagem.
Deixe-me falar um pouco dela estação Utinga, com destino a Paraty Rio de Janeiro, bicicletas, barracas, roupas, macarrão instantâneo e muita coragem.
E o rufar dos trilhos partiram, quanto mais distante estávamos, mais se me sentia bem, pelo menos por um instante poderia sentir o mundo sendo meu quintal e as necessidades se tornariam básicas novamente, comer, beber água, segurança e calor. O trem já estava vazio nesse momento, apenas as três bicicletas em um canto e Pedro e Gabriel dormindo, enquanto eu ansioso escrevia e minha cabeça não queria parar de funcionar.
Muitas pessoas, muitas aventuras eu sei que iria encontrar no litoral Norte de São Paulo.
Desembarcando na estação de Estudantes, perguntando a primeira informação da viagem, já vi no rosto das pessoas a satisfação do que elas faziam quando eram jovens. O simples fato de viajar e sentir o sangue correndo pelas veias. Nosso primeiro destino seria a serra Biriti Sul, com destino já ao litoral Norte de São Paulo e que serra maravilhosa! Chuva, garoa e neblina nos acompanharam no caminho e ela é alta, muito alta, ficamos imaginando como ela foi construída e como era no tempo da “descoberta” do Brasil. Uma chuva muito forte nos deu um susto às 13 horas, o céu se fechou de uma maneira que já parecia de noite e me deu até sono, comemos nossa comida improvisada, água quente e miojos de diversos sabores, esperamos a chuva e partimos novamente.
Depois de muitas pedaladas e risadas chegamos a Riveira e assim continuamos na frente de um supermercado comendo nossa comida improvisada.
Chuva, garoa, frio, pé molhado, onde iriamos dormir? Cansados já de tanto pedalar!
Voltamos a Riveira para nos abrigar da chuva e tentar conseguir um abrigo. Conseguimos um, um péssimo, na frente de uma imobiliária, naquela cidade ridícula! Cidade rica, com pessoas tão pobres e trabalhadores tão robôs, sem coração. Dei boa noite ao meu amor, Pedro e Gabriel já dormiam, deitei, quero dizer sentei junto a eles, puxei minha manta (um pedaço de tecido que minha namorada esqueceu no meu carro e uso ela para me cobrir), nos aquecemos todos, quando me vi em um sono pesado uns dez minutos após sentar, fomos acordados por um segurança noturno da cidade, que nos expulsou de lá e falou que a chuva já tinha passado. Bom, a chuva passou então vamos voltar àquele posto de gasolina e tentar nos abrigar, a caminho a chuva volta cada vez mais forte, lá não somos bem-vindos novamente também e praticamente somos expulsos com conversas e olhares desagradáveis, a nossa única esperança seria mesmo a cidade de Riveira fomos para lá pingando cada vez mais de nós e do céu, tentamos abrigos na portaria, da qual era impossível e não podíamos nem nos sentar, estava quase dormindo de pé literalmente. Depois de umas duas horas um dos seguranças nos comunicaram que podíamos ficar em um ponto de ônibus e que lá também era coberto, assim começou a pior noite da minha vida e comecei a pagar meus pecados. O ponto tinha um banco terrivelmente gelado, o vento me cortava o rosto de tão gélido e a chuva batia forte em minha face mesmo tentando me proteger, tomei muita Coca-Cola coisa da qual não tenho habito e fumei muito, muito mesmo, tentávamos nos juntar no banco para nos aquecer e chegamos até ter alucinações da situação, Pedro jura que viu seguranças nas árvores, eu simplesmente vi o pedestre da placa caminhar sobre a faixa, Gabriel falava que não estava tão ruim assim e contava historias de outras viagens, como essa era minha primeira não estava acostumado a nada disso, felizmente acabei adormecendo, com a calça encharcada, fui o último a acordar, porém acordei muitas vezes tentando me esconder da chuva que batia em meu rosto. Assim a cidade foi aos poucos acordando e nos olhava com certa repulsa que apenas as pessoas mais ridículas sabem ter.
Dia 27 de junho de 2011
Arrumamos as nossas coisas e partimos meio dormindo ainda, (Observação ainda chovia) pedalamos até uma cidade qualquer onde tomei um belo café da manhã com direito a iogurte, pão duro, queijo branco e bolachas, tínhamos que esperar a chuva passar me enfiei debaixo de uma caminhote e dormir profundamente, aquecido por papelões e minha manta. Quando a chuva passou umas 11 horas, pedalamos mais e mais, passando pela cidade de Boracéia, Juréia, Barra do Una, Juquey, parando para descansar na praia mais linda que eu já vi ela se chamava apenas Preta, liguei para meu amor e descrevi a praia a ela e falei como queria que ela estivesse lá comigo, abraçado ao meu braço, bom a praia minúscula tinha ondas fortes e altas, coqueiros, ilhas ao redor e uma areia preta, fumamos um cigarro e partimos novamente com destino a Boiçucanga, passamos pela cidade Barra do Sahy e finalmente chegamos a Boiçucanga uma das poucas praias do litoral norte que conheço, muito bonita e com uma pista de skate maravilhosa, pedi diversas informações, consegui um mapa o qual foi muito útil para minha viagem e pretendo guarda-lo o resto de minha vida, Gabriel conseguiu nosso almoço por volta das 16 horas, arroz e feijão, compramos diversas coisas para misturar com ele. Comi como se nunca tivesse comido na vida, me lavei em um banheiro, Pedro estava cansado e ficou dormindo com Gabriel sai para tentar um abrigo já na garoa o termômetro me mostrava 10 graus célsius, enquanto eles me esperavam num lugar do qual julgavam não apropriado para dormir, pedi em pousadas, procurei casas e tudo que achei foi uma pizzaria e como era segunda-feira ela estava fechado, ótimo era lá mesmo! Compramos água, arrumamos uns papelões e tentamos ficar quentes, 8 graus nos mostrava o termômetro da cidade, mas mesmo assim, consegui ter um sono bom, na medida do possível, Gabriel que reclamou muito, mas nem notei o fato de tão exausto.
Dia 28 de junho de 2011
Acordamos com a cidade já achando estranha nossa presença, tomamos um belo desjejum, abacate com açúcar e limão e bananas. Partimos por um trecho que pensamos que seria fácil 9km apenas, mas foi nesse trecho que paguei meus pecados pela segunda vez e talvez até os que ainda nem cometi. O trecho era de serra, com subidas tão altas que não se via o fim nunca e as pernas doíam muito, descansávamos a cada 1km e sentávamos com as mochilas cada vez mais pesadas em nossas costas, passamos pela praia Brava local onde se prática mergulho e do qual tive grande curiosidade de conhecer mas era uma hora de trilha para a praia. Depois de muito, mais muito sufoco mesmo chegamos a Maresias, uma cidade linda, com uma bela praia da qual tivemos longas conversas, sobre os mais diversos assuntos, antes de ir para o centro almoçar, pedalamos mais até centro, o centro mais calmo que já vi, com uma pista de skate na qual fiz amizade com skatistas e ainda aproveitei para andar um pouco, fomos atrás de nosso almoço e conseguimos um ótimo, arroz, feijão e ovos. Comemos, descansamos muito, arrumei o freio da bicicleta de Pedro na medida do possível e como já estávamos cansados de ficar na mesma cidade partimos e demos a sorte grande.
Paúba
Não muito distante chegamos a Paúba, uma cidade que parece interior, mas ao invés de terra no chão, tinha areia, procuramos por mercados e seguimos a praia onde nos falaram que existia um camping, mas este acabou sendo muito caro nós R$25,00 por pessoa, ficamos observando surfistas pegando ondas gigantes, resolvemos voltar a praça da igreja onde tinha um pessoal fazendo fogueira, conversamos e fomos convidados a armar nossas barracas em uma parte coberta da igreja, compramos batatas, ovos, pães, bolachas e comemos maravilhosamente bem, após conversamos muito, criamos este hábito pois quando se tem muita comida na barriga é hora de relaxar, fomos a praia novamente ver as estrelas e o céu, o qual tinha muitas, um céu sem poluição, provavelmente igual o de São Paulo mas ali não há luzes e fumaças para esconder o que há de mais lindo e já foi de muita inspiração, o universo. Liguei para o amor da minha vida e desejei que ela estivesse comigo, mesmo com um pouco de ciúmes, sinto ela ao meu lado sempre, ela estava reclamando do frio e relembrando de como eu a esquento quando dormimos juntos. Penso muito em voltar logo, mas ela pede para eu continuar até o meu destino, que isso irá me fazer bem, fico tranquilo de ouvir isso e ver que estamos nos dando bem mesmo longe, mas não gosto de pensar que estou me afastando dela mesmo que seja somente por passos em uma viagem (Intuição?). Pedro e Gabriel já dormem profundamente nesse momento e eu estou a pensar e a escrever. Mas agora é hora de dar boa noite e dormir com os anjos, em minha barraca quentinha uma bela noite de sono, pois ainda tenho muito que pedalar.
Dia 29 de junho
Acordamos um pouco tarde, mas merecíamos descansar um pouco mais, arrumamos nossa malas, compramos bolachas e partimos com destino a Santiago, paramos rapidamente nessa praia, queríamos parar em todas as praias até o nosso próximo destino, o centro de São Sebastião onde felizmente moram o tia e a tia de Gabriel e ele não via há muitos tempo esses parentes e eles se propuseram a nos abrigas, pensamos que iriamos chegar pela hora do almoço mas as coisas não ocorreram como planejadas. A praia de Santiago é linda, andamos na areia grossa e gelada, sentamos nas pedras, conversamos e partimos. Logo chegamos em Toque Toque Pequeno, uma cidade muito agradável, tentamos nadar na praia que estava deserta, mas água estava muito gelada e apenas fiquei observando Pedro e Gabriel, conversamos e partimos para Calhetas, no alto da estrada avistamos uma ilha, só não imaginávamos que era Calhetas, ficamos um bom tempo imaginando como seria estar lá e fazia um lindo dia de sol, mesmo no inverno a temperatura estava suficientemente quente para deixar o rosto vermelho, continuamos e vimos que aquela era a praia de Calhetas, ela ficava em um condomínio e o acesso é permitido somente por pedestres, engraçado que ela fica no meio da estrada e apenas aventureiros como nós iriamos chegar a ela, escondemos nossas bicicletas e mochilas e fomos descendo já por um caminho maravilhoso, fechado e gelado pelas árvores e cachoeiras, mas podia acreditar que estava naquele paraíso, passamos por mansões e chegamos ao lugar mais lindo e inabitado que já fui.
Calhetas (Peço a Deus que quando eu morrer morra em um lugar assim e quando acordar esteja nele ainda)
Um pedaço do paraíso na Terra, a ilha tem a grama cortada na parte alta, onde um pequeno trecho de areia nos dá acesso, as ondas agora quebravam dos dois lados por esse caminho, queríamos subir direto ao topo e observar a paisagem, subimos por uma escada de terra logo estávamos ao topo, nenhuma cidade podia ser avistados, apenas pássaros, barcos ao fundo distante, serras e uma imensidão azul brilhante, desejei retornar a esse lugar mais que tudo, após um longo período de meditação descemos e aproveitamos para dar um mergulho no mar, nosso primeiro mergulho da viagem, logo tiramos as roupas fiquei apenas seminu, mas quando a água chegou a minha cintura retornei pois estava muito gelada, aproveitei meu tempo no sol que me aquecia, enquanto Pedro e Gabriel estavam se divertindo na água, tirei diversas fotos deles brincando. Na praia havia muitos filhotes de caranguejos que camuflados corriam enquanto nós andávamos, eram da cor da areia e lindos (adoro caranguejos). E o que tenho de falar do lugar que não é bom? Nada.
Só fiquei pensativo que talvez se mais pessoas fossem lá a praia não estaria tão perfeita, porém infelizmente muitos não têm consciência de preserva-las, durante todo o percurso não jogamos um único papel ao chão.
Poema do mar
De tanta falta que sinto,
Faço um coração,
Na areia branca,
Da praia mais linda,
Assim como você.
De tanto amor que sinto,
Faço ele grande,
Na areia branca,
Da praia mais linda,
Assim como meu amor
De tanta vontade que sinto,
Faço duas iniciais,
No coração mais lindo,
Na areia branca, da praia mais linda
Assim sendo o R.
Sei que ele irá se desfazer,
Assim que a maré encher
Mas a maré cheia
Logo irá espalhar o meu amor
E todos os oceanos
Irá conhecer do nosso amor
Agora meu amor
Está espalhado pelo oceano
Só queria que você estivesse
Aqui na praia junto comigo
Para sentir ele.
Continuamos o nosso caminho e passou um jipe ouvindo The Beatles bem alto com a música Oblah di Oblah da, como eu gosto do Beatles e de ouvi-los bem alto, lembro quando fazia isso com os vinis que eu e Pedro comprávamos em uma rua perto da galeria do rock e a casa até tremia após isso.
Continuamos a nossa pedalada, as vezes na subida, outras na descida, ou retas, passamos por Toque Toque Grande, sem parar pois estávamos atrasados para chegar a casa da tia de Gabriel em São Sebastião, estávamos com medo de ter de pedalar a noite, passamos pela praia Brava, Guaecá, Barequeçaba, Pitangueiras, Praia Grande, Praia Preta, apenas parando para descansar e beber água em poucos momentos. Nas serras na parte de descida eu ia na frente com uma velocidade incrível, não sei ao certo em qual praia mas tinha uma descida e uma reta após que foi melhor do que uma montanha russa de um parque de diversões, chegamos já escurecendo na casa dos parente de Gabriel e com muita fome, com os músculos doendo, a cidade a primeira vista parecia ser feia, apenas uma cidade grande, mas ainda iria descobri-la.
Casa simples, gente humilde, um casal de idosos com problemas de saúde gerados pela idade já avançada os dois com mais de setenta anos de idade, fomos maravilhosamente bem recebidos, um almoço nos aguardava, salada, arroz, feijão, ovos, farinha, batata frita, refrigerantes e laranja. Ouvi diversas histórias de seu Marinho tio do Gabriel, enquanto aguardava minha vez de tomar um banho quente e rejuvenescedor tanto esperado, logo após ele eu entrei e como precisava de um banho, foi quase um orgasmo sentir a água quente batendo em meu corpo e me curar de todas as dores, na rua fazia frio mas a casa era quente e confortável, tomei um banho não muito longo, mas o bastante para me lavar decentemente, como é bom tomar banho e lavar os cabelos. Coloquei uma roupa limpinha, esperei Pedro e fizemos uma ótima refeição, a comida veio com um sono forte, saímos após para comprar algumas coisas e tomei um maravilhoso leite com chocolate do qual precisava muito, estava com sono e falei um monte de besteiras, retornamos a casa e tive uma bela noite de sono, acordamos ainda cansados demoramos para sair ao nosso próximo destino dessa vez caminhando, Ilha Bela.
Dia 30 de junho de 2011
Após um belo desjejum partimos, Gabriel estava um pouco irritado, cansado, andamos até a balsa e o tempo não estava a nosso favor, a cidade que era feia foi mostrando sua beleza quanto mais nos aproximávamos do centro histórico, era uma regressão no tempo a cidade foi colonizada no século XVI e grande parte de sua construção estava intacta. Entramos em uma igreja toda feita de madeira, cal e pedra, pintada de amarelo e branco, da qual havia missa todos os dias e desde o começo da viagem estava procurando assistir um, logo encontramos a balsa o cenário era lindo o porto ao fundo, canhões antigos pela orla, subimos na balsa e chegamos a Ilha Bela, uma ilha de 40km, onde se tem as mais diversas atividades, como o tempo estava nublado andamos apenas alguns quilômetros até um ponto de mergulho, sentamos e admiramos a paisagem, conversamos e decidimos voltar, descansar e a andar a Ilha inteira, torcendo por um dia de sol seguinte, compramos diversas frutas muito baratas em um supermercado, retornamos a casa almoçamos, após fui assistir a missa, coisa do qual Gabriel e Pedro não quiseram , foi uma bela missa curta, com um padre carismático, igreja quase vazia, refleti muito nela e conclui novamente pensamentos já concluídos, após encontrei com eles, caminhamos pela orla, admiramos a paisagem, demos muitas risadas a toa.
Voltamos ao nosso conforto, nesse dia a noite não estava tão frio e o dia seguinte prometia calor 27 graus, estou sentado agora a mesa escrevendo minhas ultimas linhas esperando a Raquel me ligar, Pedro e Gabriel já estão dormindo. (Espero que ela me ligue logo pois não durmo bem quando não escuto o seu boa noite e o seu eu te amo, ainda amis longe e preocupado idiota que sou.)
Dia 01 julho de 2011
Acordamos dessa vez bem disposto e com poucas dores no corpo, logo de manhã o dia já era quente e se podia ver o sol a cada brecha da casa, tomamos nosso desjejum e partimos a Ilha Bela, atravessamos a balsa, toquei meu cabo de aço do freio que tinha estourado e começamos uma longa discussão para onde iriamos, o Gabriel não se decidia nunca e Pedro apenas dava risada de nossa discussão, depois de muita briga parti para o norte estava cansado de Pedro que era movido a cigarro e parava a casa minuto para fumar, estava cansado de Gabriel e suas piadas chatas, saí em disparada, pois como minha bicicleta era mais rápida logo não conseguia avista-los, fui passando velozmente por diversas praias, rumo a praia de Jabaquara 22km de onde estava, passei pela praia do Perequê, Itaguaçu, Itaquanduba, Engenho d’agua, Ponta do Pequéa, Saco da Capela, Santa Tereza, Barreiros, Viana, Siriúba, chegando a praia do (Sino) Garapocaia, já estava com fome era por volta do meio-dia e sendo considerada a quinta praia mais bonita da ilha, fiquei por lá, era uma praia sem ondas com grandes pedras em volta, uma água azul e limpa, onde se poderia nadar com os peixes, logo tirei a camiseta e fui correndo para o mar fiquei mais de uma hora ali, voltei comi umas bolachas e avistei Pedro e Gabriel, li sobre a lenda da praia que consiste em, um dia nem amanhecia e navios piratas iam invadir a cidade, ancoraram os barcos e começaram a descer, a cidade ainda adormecida, mas quando eles atravessam uma pedra ela fez barulho de sino, assim toda a cidade acordou e se preparou para a batalha, surgiu então um guerreiro em um cavalo chamado São Sebastião e expulsou os inimigos.
Os dois estavam com fome e fomos sentar nas pedras e comer pães e azeitonas, liguei para Raquel e a mesma estava chata e grossa, fiquei um pouco chateado e em silêncio durante um tempo, logo nadei por aquelas pedras e partimos passando pela Ponta Azeda, praia do Pinto Armação, Praia da Canas, Pacuíba, como Pacuíba é uma praia bem isolada e uma antes de Jabaquara, fomos um pouco lá já sabendo que iriamos ter de pedalar a noite, partimos logo para Jabaquara o caminho foi cansativo mas quando avistei a praia vi que tinha valido todo o esforço, ela era linda cercada pela Mata Atlântica, deserta e sobre ela voavam gaviões, descemos correndo, comemos algumas frutas e observei sem pressa a paisagem, logo partimos fui na frente, pois queria chegar a uma iluminada logo, mas dei a sorte grande, um grupo de trabalhadores de construção estavam subindo em um caminhão velho e azul, logo perguntei se cabia mais um, eles disseram claro. A primeira carona da vida não se esquece como disse Pedro, atravessei todas aquelas praias rapidamente em cima do caminhão enquanto fumava um cigarro e me abaixava para galhos não baterem no meu rosto, dei muita risada com os trabalhadores, que apesar de estarem aqui há anos ainda tem um sotaque forte do Ceará, atravessei todo aquele caminho de um dia em no máximo meia hora, agradeci muito a eles e estava com muita fome, fui direto ao mercado comprar uma cerveja bem gelada e uma barra de chocolate deliciei os dois sem pressa, uma hora e meia depois Pedro e Gabriel chegaram.
Logo fomos tomar banho, contei e ri muito da carona, jantamos, adormecemos e quando amanheceu sabe Deus lá porque resolvi voltar, faltando apenas um dia para chegar em Paraty, mas em viagens como essas é assim mesmo, cada um tem seu momento de partir e isso tem que ser respeitado. Não me arrependi de ter voltado, mesmo tudo dando tão errado aqui, pois tentei.
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Olhos
Olhos
Sinto-me com olhos,
Olhos escassos e exagerados
Olhos que condenam e retraem
Olhos que mentem, que sentem,
Olhos que choram e clamam
Olhos que se calam, que consente
Olhos que destroem, olhos que não olham
Olhos que vivem.
16/08/2011
Não me entendo, como posso entender minha poesia?
Sinto-me com olhos,
Olhos escassos e exagerados
Olhos que condenam e retraem
Olhos que mentem, que sentem,
Olhos que choram e clamam
Olhos que se calam, que consente
Olhos que destroem, olhos que não olham
Olhos que vivem.
16/08/2011
Não me entendo, como posso entender minha poesia?
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Rascunho dia 08/06/11
Rascunho dia 08/06/11
Eu perdi o meu amor
Tudo bem foi por amor
Eu doei meu coração
Tudo bem, foi por coração
Eu desaprendi a viver
Infelizmente esse outro não aprendeu a conviver
Mas vou me encontrar novamente
Mais forte com outro alguém
Quando a hora chegar
Porque agora, tenho que dar tempo ao tempo
Quero fazer minha vida música
E da minha dança festa
Enxergar novamente o inconsciente, imperceptível,
Do não tátil, tornar consciente, por tato
Perdido em outro lugar
Com um amor antigo
Só no passado
E um novo, forte
No coração
Eu perdi o meu amor
Tudo bem foi por amor
Eu doei meu coração
Tudo bem, foi por coração
Eu desaprendi a viver
Infelizmente esse outro não aprendeu a conviver
Mas vou me encontrar novamente
Mais forte com outro alguém
Quando a hora chegar
Porque agora, tenho que dar tempo ao tempo
Quero fazer minha vida música
E da minha dança festa
Enxergar novamente o inconsciente, imperceptível,
Do não tátil, tornar consciente, por tato
Perdido em outro lugar
Com um amor antigo
Só no passado
E um novo, forte
No coração
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